quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Prêmio Aliadas

Convidamos para a entrega do Prêmio Aliadas ao Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual - NGDS, do Departamento da Diversidade da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, na categoria Executivo Estadual. A entrega será no dia 17/09/10 as 19h na Sede da Aliança Paranaense pela Cidadania LGBT na Av. Marechal Floriano Peixoto, 366, conjunto 46.
Contamos com a presença de todas e todos nessa ocasião de reconhecimento do trabalho realizado pela equipe NGDS/DEDI da SEED e dos NRE.
A Liga Brasileira de Lésbicas do Paraná parabeniza o Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual da Secretaria de Estado da Educação pelo excelente trabalho desenvolvido na Promoção da Cidadania de pessoas LGBT.


Participação da LBL PR em evento do CRESS




"CAFÉ COM CULTURA"


 
Como parte da Semana de realização da Parada da Diversidade e Curitiba, a LBL PR esteve hoje no evento do Conselho Regional de Serviço Social do Paraná, "CAFÉ COM CULTURA" atividade na qual a companheira Léo Ribas falou sobre Lesbianidades e Direitos Humanos, abordando também o Feminismo. A companheira dividiu a mesa com Igor Francisco (CEPAC - ABGLT) e Sabrina Taborda (TransGrupo Marcela Prado - ABGLT).A fala da companheira foi elogiada e fomos apresentadas como movimento referência de lésbicas no Paraná. Juntas fazemos a diferença...

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Lesbofobia na internet [!!!]





 
Lesbofobia na internet

sábado 28 de agosto de 2010, por Fernanda Estima

Não são poucos os exemplos que podemos encontrar em sites, blogs e
redes sociais como o orkut. Uma das comunidades que defende estupro
está na mira das mulheres e da justiça


A internet é uma poderosa ferramenta, muito útil para a luta
feminista, gerando debates, informação e articulação de mulheres em
todo o mundo. Mas também pode ser uma das fontes mais disseminadora de
ataques machistas na rede, de preconceitos e ódio contra as mulheres.
Não são poucos os exemplos que podemos encontrar vasculhando sites,
blogs e redes sociais como o orkut.

Há poucos dias, em uma lista de comunicação compartilhada, apareceu
nova denúncia: uma comunidade do orkut que defende o "estupro
terapêutico", uma medida para "salvar" lésbicas. Junto com ela vinha
outras "opções", e, de acordo com a mensagem enviada "há uma cadeia
absurda de comunidades "policial não bate, educa"/ "beleza afro" (com
uma loira na foto)/ "mulher tatuada é puta"/ "eu tenho horror a
pobre"/ e por aí vai! Tem algo em comum: nessas comunidades tem sempre
algum "H.D.B"- homem de bem! E tem um tal de Tabelião Carlos, que
modera uma ou outra...".

A denúncia rodou por aí com muitas pessoas se manifestando, opinando e
ajudando. Depois descobrirmos que a tal comunidade não era novidade e
órgãos do governo federal, como a Secretaria Especial de Políticas
para as Mulheres, exigiram providências. No boletim de maio/junho da
SPM consta que "o fórum da referida comunidade está repleto de
discussões discriminatórias, racistas, machistas e lesbofóbicas. A
mais grave, no entanto, demonstra que o preconceito e a intolerância
não se bastam em discussões virtuais, chegam à vida real. Em tópico
denominado 'Estamos agindo em Brasília' contém relato de ações
efetivas do grupo. De acordo com depoimento de um ex-integrante, o
grupo ia a locais frequentados por homossexuais e atraia uma vítima
para uma emboscada. De lá, a levavam à base do grupo, onde a vítima
era obrigada a manter relações sexuais com uma pessoa do sexo oposto a
fim de 'corrigir' sua orientação sexual".

A denúncia feita pela SMP, no dia 5 de março deste ano, foi enviada à
Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público
Federal, e ao Diretor Geral da Polícia Federal, para ciência e
possíveis providências. A Coordenadoria do Grupo de Combate aos Crimes
Cibernéticos enviou ao Promotor do Ministério Público do Estado de São
Paulo sugestão de que a Google Brasil Internet Ltda retirasse do ar a
comunidade, mas que a totalidade de seu conteúdo fosse preservado a
fim de que, mediante autorização judicial, pudessem ser requeridos os
dados de acesso dos proprietários, moderadores e responsáveis por
algumas postagens criminosas da comunidade.

Pelo jeito, são ações lentas e a comunidade em questão continua no ar.
Há formas de denunciar no próprio orkut, que até agora não se
manifestou. Há delegacias especializadas, é possível (como também foi
feito) denunciar à Secretaria de Direitos Humanos, mas um dado é
bastante importante: segundo o IAB Brasil, os homens representam a
maioria dos usuários de internet, com 54% de representatividade.

Então, o caminho mais imediato é empoderar as mulheres a partir das
novas tecnologias e travar uma batalha diária na internet, de caça,
denúncia e debate sobre o machismo na rede. Até porque, se não
barramos no mundo virtual, sem dúvida, o fortalecemos na vida real.


 

PARADA DA DIVERSIDADE



DIA 19 DE SETEMBRO DE 2010
CONCENTRAÇÃO 13HRS
NA PRAÇA DEZENOVE DE DEZEMBRO

A LIGA BRASILEIRA DE LÉSBICAS DO PARANÁ CONVIDA TODAS AS MULHERES LÉSBICAS E BISSEXUAIS PARA ESTAREM NO LOCAL DEFENDENDO NOSSAS BANDEIRAS 

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

01/09/2010 - Pesquisa baseada no Censo americano mostra realidade de crianças criadas por casais gays

Por falta de um estudo comprobatório do desenvolvimento de crianças criadas por casais homossexuais, muitos se baseiam em crenças e suposições para definir para proferir suas opiniões em relação a este tema. No entanto, um recente estudo americano revelou que crianças criadas por casais homoafetivos registram progressos na escola e maior adaptação social que crianças que vivem em orfanato.


Em um estudo baseado no Censo 2010 dos Estados Unidos e publicado na revista Demography, o sociólogo americano Michael Rosenfeld Stanford concluiu que crianças que crescem com pais do mesmo sexo têm quase o mesmo êxito no campo da educação quanto as que crescem em uma estrutura de família tradicional. O estudo coordenado por Stanford mostrou que 7% dos jovens criados por heterossexuais repetiram o ano letivo, enquanto dentre os jovens criados por casais homossexuais o número foi de 9,5%.


O que parece uma desvantagem, Stanford tem justificativa. Segundo o sociólogo a diferença entre o percentual das análises não se dá ao fato da orientação sexual dos pais e sim da condição social com o qual a criança cresce. O pesquisador ressaltou que dentro os pesquisados, os casais heterossexuais tiveram maior tempo de estudo e possui renda familiar superior aos casais homoafetivos que participaram do estudo.


Segundo o sociólogo, o estudo também mostrou que crianças que crescem em uma família de pais homossexuais apresentaram menor índice de reprovação escolar em relação às crianças que são criadas por pais solteiros. Outro dado é referente ao tempo que os jovens ficam retidos nas escolas após o término das aulas. Neste caso, a pesquisa revelou que todas as crianças que crescem em algum tipo de estrutura familiar tiveram melhor comportamento durante as aulas, enquanto as que vivem em orfanatos ou lares provisórios ficaram retidas nas escolas 34% do ano.


Segundo Stanford, os opositores ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e adoção por casais gays criticam o fato de as pesquisas anteriores serem baseadas em um número muito baixo de pessoas pesquisadas. Desta forma, o pesquisador afirma que desta vez o estudo não poderá ter esse tipo de contestação, uma vez que o resultado foi obtido através do Censo americano, que abrange milhões de famílias.


Para o sociólogo, a falta de informação prejudica as decisões relacionadas aos casais homoafetivos e ressalta a importância das pesquisas nessa área. "Às vezes temos de jogar nossas mãos para cima e admitir que algo é desconhecido. Mas, neste caso, podemos trazer alguns dados reais, difíceis de suportar em uma área que era, de outra maneira, feita realmente no escuro”, concluiu em sua publicação.

É possível uma ressonância magnética do aborto no Brasil? Fátima Oliveira



É possível uma ressonância magnética do aborto no Brasil?
Fàtima Oliveira

Ressonância magnética é exame de imagem, como a abreugrafia (lembra?), a radiografia, a ultra-sonografia, a tomografia... A ressonância é imagem de última geração que capta e reproduz, tipo foto de grande resolução, o interior do corpo, evidenciando "lesões" mínimas com margem de segurança grande e valiosa para o diagnóstico, orientando com maior precisão a prevenção e o tratamento.

Em 2010, tive o conforto mental de ler dados de duas pesquisas iluminadoras do fazer política pelos direitos reprodutivos, área minada e sob ataque de antiaborcionistas. Falo da Pesquisa Nacional de Aborto (PNA), patrocinada pelo Ministério da Saúde, e da tese de doutorado da cardiologista Pai Ching Yu: "Registro nacional de operações não cardíacas: aspectos clínicos, cirúrgicos, epidemiológicos e econômicos" (InCor, USP), apelidada de "pesquisa do InCor". Ambas obtiveram repercussão midiática de vulto.

A PNA não é sobre o aborto, mas sobre mulheres que fizeram aborto; conforme seus coordenadores - profª. drª. Debora Diniz e o prof. dr. Marcelo Medeiros, da UnB -, cobriu o Brasil urbano, entrevistando mulheres alfabetizadas de 18 a 39 anos: "...uma mulher em cada cinco, aos 40 anos, fez aborto. Ou seja, 5 milhões e 300 mil mulheres. Metade usou algum medicamento; e a outra metade foi internada pra finalizar o aborto". A tese da drª. Pai Ching Yu, com dados do DataSUS, revelou que "entre 1995 e 2007 a curetagem pós-aborto foi a cirurgia mais realizada pelo SUS: 3,1 milhões de registros, contra 1,8 milhão de cirurgias de correção de hérnia".

Os méritos dos dados revelados são inegáveis e, sobretudo, desnudam que desconhecíamos muito do contexto em que as mulheres abortam e como abortam, comprovando um argumento dito zilhões de vezes por feministas: o desejo de ter filhos ou não se equivale! As mulheres abortam porque precisam e aqui o fazem entre o pecado e o crime, praticando desobediência civil, arriscando a saúde e a vida!

A PNA gerou várias tentativas de demonstrar "quem é essa mulher que aborta no Brasil". Os perfis eram imprecisos, pela falta do "quesito cor" (classificação do IBGE) - item obrigatório de identificação pessoal, como escolaridade, idade, classe social -, conforme exige a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos): um pré-requisito para a cientificidade e eticidade da pesquisa, por possibilitar evidenciar de que adoece e morre cada segmento populacional segundo cor (VI. Protocolo de Pesquisa, VI.3).

Inconformada, me perguntei: o quesito cor não foi coletado ou não foi analisado? Contatei a coordenação da PNA e o Ministério da Saúde. A resposta: "A PNA incluiu dados ?sobre raça? (grifo meu) em seu desenho metodológico. Os resultados divulgados correspondem a resultados parciais da fase quantitativa. Os dados sobre raça serão oportunamente divulgados". Me basta que haja "quesito cor". A tese da drª. Pai Ching Yu foi defendida em 2010 sem o "quesito cor". A USP não desconhece a Resolução 196/96. E por que não a respeita?

Há indagações que causam comichão. O que o governo fará com os dados? Presidenciáveis não deram um pio sobre eles. Aspiram passar batido. Urge exigir que se manifestem sobre tão relevante tema da saúde pública e instar a TV Globo a abordá-lo no debate de 30 de setembro. É o que faço agora como cidadã. É insuficiente dialogar apenas com as "instituições amortecedoras do sofrimento", pois as sofredoras também votam.

DUKE



Publicado em: 31/08/2010
FONTE: http://www.otempo.com.br/otempo/colunas/?IdColunaEdicao=12727
Republicado em:
CCR
http://www.ccr.org.br/a_destaque_jogorapido_fatima-oliveira_ago2010.asp
 GELEDÉS
http://www.geledes.org.br/fatima-oliveira/e-possivel-uma-ressonancia-magnetica-do-aborto-no-brasil.html



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CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA LIBERA CIRURGIA DE RETIRADA DE ÚTERO, MAMA E OVÁRIOS PARA TRANSEXUAIS MASCULINOS

O Conselho Federal de Medicina (CFM) liberou no Brasil a realização de cirurgias para retirada de útero, mama e ovários, no caso de transexuais. Até o momento, esse tipo de procedimento era considerado experimental. No entanto, a resolução condiciona a cirurgia para mudança de sexo a uma análise feita por uma comissão multidisciplinar composta por médicos, assistentes sociais e psicólogos. "São dois anos de acompanhamento para verificar as condições do paciente”, explica Edevard Araújo, relator da resolução no CFM. O cuidado é necessário para garantir que candidatos à cirurgia tenham plena convicção da escolha. "Não é algo que se volte atrás. Daí a necessidade de todo o cuidado dos profissionais", observou Araújo.

A matéria é da Agência Estado, publicada no Diário da Manhã Online (GO), MSN Notícias e Diário de Pernambuco (PE).

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Diferentes matizes da visibilidade lésbica

 No Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, 29 de agosto, ativistas da LBL em São Paulo, organizaram, uma roda de conversa mediada por Verônica Silveira, que debateu a construção da subjetividade e as discriminações, a bissexualidade, a transexualidade lésbica e os feminismos. O aprofundamento de tantas questões revelou como a hipocrisia perpassa a historia humana, nossas relações, preconceitos e proibições sociais; como cada pessoa é única, não importando se mais masculina ou mais feminina, e só ela pode conquistar sua felicidade afetiva e sexual.
Como a subjetividade vai sendo construída neste mundo cujo modelo cultural dominante é branco, masculino e heterossexual, falou Lucinha Silva, do Instituto Amma Psique e Negritude. Psicóloga, lésbica, com militância na discriminação racial, Lucinha mostrou como “historicamente somos postas em lugares que nos aprisionam”, e como nos construímos “nas relações sociais mediadas pelas ideologias”. Segundo a psicóloga e psicanalista, somos sujeitas com amplas possibilidades de mudança a cada dia, mas carregamos marcas do nosso processo – que começa antes mesmo de nascermos – e de nossas próprias escolhas. “Às vezes crescemos com informações que contradizem nosso ser, nossos desejos”, como a maioria das lésbicas. Por isso, a ativista acha que o “sair do armário” não deve ser exigido pelo movimento, pois é muito difícil para muitas mulheres. “Nascemos numa condição de bissexualidade”, acredita Lucinha, “as ideologias é que trazem as dificuldades”.
Bissexual assumida e militante, Marcela Mattos, dos Coletivos Família Clandestina e Mulheres da Baixada Santista, expôs sua vivência amando pessoas de ambos os sexos, e a dificuldade de colocar a questão nos movimentos, inclusive entre o segmento LGBTT. Para ela, que desenvolve ações culturais, “que também passam pela sexualidade”, precisamos superar essa questão de homem e mulher. Citando o “queer”, movimento internacional de caráter “pós tudo”, ligado a questões do rompimento com a sexualidade heteronormativa, e que se manifesta em diversas linguagens artísticas, Marcela questiona “por que temos que pensar tanto no que é ser homem ou ser mulher?”. Apresentando dados de pesquisas que revelam a falta de consciência existente fora da cena feminista ou punk, onde convive, Marcela mostra preocupação com a força como as questões de gênero vão sendo impingidas nas pessoas, sem que elas tenham noção da heteronormatividade dominante e com uma total inconsciência em relação ao patriarcado. “A bissexualidade talvez seja até mais difícil de discutir na família, por exemplo”.

A militância de existir

Se a bissexualidade é incompreensível para a maioria das pessoas, o que dizer da transexualidade lésbica? Agnes Prado estava lá presente, “para dizer que existo, que é normal”, e para nos contar como é isso. “Nasci homem e me descobri mulher”, explica, “e depois descobri o desejo por mulher”. Defendendo que o preconceito é com as pessoas diferentes, Agnes diz que a sociedade pensa que o gay é um homem que quer ser mulher e a lésbica, uma mulher que quer ser homem, “e sabemos que não é assim que funciona”. Reconhecendo sua identidade apenas aos 23 anos, ela trabalha no Hospital das Clínicas, onde acaba de conquistar o direito a utilizar o nome social no crachá, o que agora lhe garante algum respeito. Agnes só conheceu histórias com as quais se identificou depois de aparecer recentemente em uma reportagem. “Minha militância é existir, todos os dias, fazer o que todo mundo faz”.
Camila Furchi, da Marcha Mundial de Mulheres, falou sobre as relações dos feminismos com a lesbianidade, questionando inclusive se haveria também nos movimentos uma hierarquização entre heteros e homossexuais. Ela contou a experiência com o tema vivida na marcha, parte da Ação 2010 em março, onde foi percebida alguma lesbofobia vinda de mulheres, e colocou na roda polêmicas vividas nas relações entre as feministas e também com os demais movimentos sociais, parceiros em lutas fundamentais. Considerando a atitude das mulheres que amam mulheres “alguma coisa bastante desafiadora do sistema”, e por isso rechaçada, Camila questionou o modelo dual “puta x santa” imposto, que “muitas vezes impede as mulheres de desfrutarem uma boa vida sexual”.
A jovem ativista diz que hoje muitos grupos questionam profundamente o padrão de relacionamento homem/mulher como modelo, ao mesmo tempo que em alguns países onde está organizada a Marcha, a discussão gay/lésbica não existe. “Precisamos também construir movimentos que dialoguem mais com as lésbicas da periferia”, lembrou ainda Camila, avaliando que muitas vezes nossos discursos e projetos de superação não as atingem. O capitalismo patriarcal é um “sistema controlador do nosso corpo”, conclui Camila, “ele reelabora nossas ações iniciais, contestadoras, para reforçar o próprio sistema. Precisamos romper suas armadilhas.
http://www.ciranda.net/brasil/article/diferentes-matizes-da-visibilidade