Por falta de um estudo comprobatório do desenvolvimento de crianças criadas por casais homossexuais, muitos se baseiam em crenças e suposições para definir para proferir suas opiniões em relação a este tema. No entanto, um recente estudo americano revelou que crianças criadas por casais homoafetivos registram progressos na escola e maior adaptação social que crianças que vivem em orfanato.
Em um estudo baseado no Censo 2010 dos Estados Unidos e publicado na revista Demography, o sociólogo americano Michael Rosenfeld Stanford concluiu que crianças que crescem com pais do mesmo sexo têm quase o mesmo êxito no campo da educação quanto as que crescem em uma estrutura de família tradicional. O estudo coordenado por Stanford mostrou que 7% dos jovens criados por heterossexuais repetiram o ano letivo, enquanto dentre os jovens criados por casais homossexuais o número foi de 9,5%.
O que parece uma desvantagem, Stanford tem justificativa. Segundo o sociólogo a diferença entre o percentual das análises não se dá ao fato da orientação sexual dos pais e sim da condição social com o qual a criança cresce. O pesquisador ressaltou que dentro os pesquisados, os casais heterossexuais tiveram maior tempo de estudo e possui renda familiar superior aos casais homoafetivos que participaram do estudo.
Segundo o sociólogo, o estudo também mostrou que crianças que crescem em uma família de pais homossexuais apresentaram menor índice de reprovação escolar em relação às crianças que são criadas por pais solteiros. Outro dado é referente ao tempo que os jovens ficam retidos nas escolas após o término das aulas. Neste caso, a pesquisa revelou que todas as crianças que crescem em algum tipo de estrutura familiar tiveram melhor comportamento durante as aulas, enquanto as que vivem em orfanatos ou lares provisórios ficaram retidas nas escolas 34% do ano.
Segundo Stanford, os opositores ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e adoção por casais gays criticam o fato de as pesquisas anteriores serem baseadas em um número muito baixo de pessoas pesquisadas. Desta forma, o pesquisador afirma que desta vez o estudo não poderá ter esse tipo de contestação, uma vez que o resultado foi obtido através do Censo americano, que abrange milhões de famílias.
Para o sociólogo, a falta de informação prejudica as decisões relacionadas aos casais homoafetivos e ressalta a importância das pesquisas nessa área. "Às vezes temos de jogar nossas mãos para cima e admitir que algo é desconhecido. Mas, neste caso, podemos trazer alguns dados reais, difíceis de suportar em uma área que era, de outra maneira, feita realmente no escuro”, concluiu em sua publicação.
A Liga Brasileira de Lésbicas - LBL é uma expressão do movimento social que se constitui como espaço autônomo e não institucional de articulação política, anticapitalista, antiracista, não lesbofóbica, não homofóbica e não transfóbica. De âmbito nacional, é uma articulação temática de mulheres lésbicas e bissexuais, pela garantia efetiva e cotidiana da livre orientação e expressão afetivo sexual.
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