sexta-feira, 29 de abril de 2011

Brasil tem mais de 60 mil casais homossexuais, indica IBGE

Região Sudeste é que concentra mais casais gays, com 32.202, segundo dados do Censo 2010

Brasil já tem 60.002 casais que se declaram gays



 O Brasil já contabiliza mais de 60 mil pessoas vivendo com parceiros do mesmo sexo, segundo dados do Censo 2010, divulgados nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São 60.002 casais nesssa situação.
A região Sudeste é a que tem mais casais que se assumiram homossexuais, com 32.202. Em seguida, está a região Nordeste, com 12.196; e a Sul, com 8.034.
Pelo levantamento, a região Norte é que tem  menos casais gays, com 3.420, seguida pela região Centro-Oeste, com 4.141. Comparando apenas Estados, São Paulo é o que tem mais casais homossexuais, com 16.872, seguido por Minas Gerais, com 10.170.


No outro extremo, está o Estado de Roraima, onde apenas 96 pessoas declararam viver com outra pessoa do mesmo sexo. Depois, está Tocantins, com 151, e Acre, com 154.

Para o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, é provável que tenha ocorrido uma subnotificação nos números divulgados. Segundo ele, como a questão foi tratada pela primeira vez, há a possibilidade de muitos homossexuais não terem se autodeclarado como tais por receio.

“É certo que nos próximos Censos, essa informação tenderá a aumentar. Isso não vai significar que o aumento será proveniente de mais casais do mesmo sexo se unindo. Você tem que levar em consideração também que alguns não se declararam e a partir de agora irão fazer”, avaliou o presidente.

De acordo com Nunes, a tendência é de que esse autoreconhecimento cresça à medida que a Legislação Brasileira vá se adequando a esse aspecto. Atualmente, casais do mesmo sexo possuem os mesmo direitos para questões como Imposto de Renda e Previdência Social. “Ao perceber que esses direitos são uma conquista de fato, certamente do ponto de vista social teremos mais informações”, disse.

O Censo 2010 revela que o País tem 37.487.115 casais heterossexuais. O Sudeste novamente é a região que tem mais casais, com 16.088.613; e Norte a que tem menos, com 2.734.830.

Os extremos

Os primeiros resultados definitivos do Censo 2010 mostram os grandes extremos do Brasil, um país de 8.502.729 km2 e 190.755.799 habitantes. A cidade de São Paulo segue como a mais populosa do Brasil, com 11.253.503 habitantes. Em 2000, no último Censo, a capital paulista contava com 10.434.252 moradores. No mesmo Estado também está o menor município do País. A pequena Borá ganhou 10 habitantes desde o último levantamento e tem atualmente uma população de 805 pessoas.

Em São Paulo também estão os extremos em relação à concentração de sexo na população. Enquanto em
Santos, no litoral sul, 54,24% da população é do sexo feminino, com 191.912 homens e 227.488 mulheres, a pequena cidade de Balbinos tem um número muito maior de homens. Dos 3.702 habitantes, 3.002 são do sexo masculino e 700 são mulheres. A explicação para essa discrepância está no fato da cidade contar com duas penitenciárias que somam mais de 2 mil detentos

http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/brasil+tem+mais+de+60+mil+casais+homossexuais+indica+ibge/n1300118272944.html

Quem quer ser professor? - Carta Capital




Quem quer ser professor?

Tory Oliveira 26 de abril de 2011 às 10:12h

Baixos salários, desvalorização e falta de plano de carreira afastam as novas gerações da profissão docente. Mas há quem não desista. Por Tory Oliveira. Foto: Masao Goto Filho

Você é louca!" "É tão inteligente, sempre gostou de estudar, por que desperdiçar tudo com essa carreira?" Ligia Reis (foto a dir.), de 23 anos, ouviu essas e outras exclamações quando decidiu prestar vestibular para Letras, alimentada pela ideia de se tornar professora na Educação Básica. Nas conversas com colegas mais velhos de estágio, no curso de História, Isaías de Carvalho, de 29 anos, também era recebido com comentários jocosos. "Vai ser professor? Que coragem!" Estudante de um colégio de classe média alta em São Paulo, Ana Sordi (foto a esq.), de 18 anos, foi a única estudante de seu ano a prestar vestibular para Pedagogia. E também ouviu: "Você vai ser pobre, não vai ter dinheiro". Apesar das críticas, conselhos e reclamações, Ligia, Isaías e Ana não desistiram. No quinto ano de Letras na USP, Ligia hoje trabalha como professora substituta em uma escola pública de São Paulo. Formado em História pela Unesp e no quarto ano de Pedagogia, Isaías é professor na rede estadual na cidade de São Paulo. No segundo ano de Pedagogia na USP, Ana acompanha duas vezes por semana os alunos do segundo ano na Escola Viva.

Quando os três falam da profissão, é com entusiasmo. Pelo que indicam as estatísticas, Ligia, Isaías e Ana fazem parte de uma minoria. Historicamente pressionados por salários baixos, condições adversas de trabalho e sem um plano de carreira efetivo, cursos de Pedagogia e Licenciatura – como Português ou Matemática – são cada vez menos procurados por jovens recém-saídos do Ensino Médio. Em sete anos, nos cursos de formação em Educação Básica, o núsmero de matriculados caiu 58%, ao passar de 101.276 para 42.441.

Atrair novas gerações para a carreira de professor está se firmando como um dos maiores desafios a ser enfrentado pela Educação no Brasil. Não por acaso, a valorização do educador é uma das principais metas do novo Plano Nacional de Educação. Uma olhadela na história da educação mostra que não é de hoje que a figura do professor é institucionalmente desvalorizada. "Há textos de governadores de província do século XIX que já falavam que ia ser professor aquele que não sabia ser outra coisa", explica Bernardete Gatti, da Fundação Carlos Chagas, coordenadora da pesquisa Professores do Brasil: Impasses e desafios. No entanto, entre as décadas de 1930 e 1950, a figura do professor passou a ter um valor social maior. Tal perspectiva, porém, modificou-se novamente a partir da expansão do sistema de ensino no Brasil, que deixou de atender apenas a elite e passou a buscar uma universalização da educação. Desordenada, a expansão acabou aligeirando a formação do professor, recrutando muitos docentes leigos e achatando brutalmente os salários da categoria como um todo.

Raio X
Encomendada pela Unesco, a pesquisa Professores do Brasil: Impasses e desafios revelou que, em geral, o jovem que procura a carreira de professor hoje no Brasil é oriundo das classes mais baixas e fez sua formação na escolas públicas. Segundo dados do questionário socioeconômico do Enade de 2005, 68,4% dos estudantes de Pedagogia e de Licenciatura cursaram todo o Ensino Médio no setor público. "De um lado, você tem uma -implicação muito boa. São jovens que estão procurando ascensão social num projeto de vida e numa profissão que exige uma formação superior. Então, eles vêm com uma motivação muito grande."

É o caso de Fernando Cardoso, de 26 anos. Professor auxiliar do quinto ano do Ensino Fundamental da Escola Viva, Fernando é a primeira pessoa de sua família a completar o Ensino Superior. Sua primeira graduação, em Educação Física, foi bastante comemorada pela família de Mogi-Guaçu, interior de São Paulo. O mesmo aconteceu quando ele resolveu cursar a segunda faculdade, de Pedagogia.

Entretanto, pondera Bernardete, grande parte desse contingente também chega ao Ensino Superior com certa "defasagem" em sua formação. A pesquisadora cita os exemplos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que revela resultados muito baixos, especialmente no que diz respeito ao domínio de Língua Portuguesa. "Então, estamos recebendo nas licenciaturas candidatos que podem ter dificuldades de linguagem e compreensão de leitura."

Segundo Bernardete, esse é um efeito duradouro, uma vez que a universidade, de forma geral, não consegue suprir essas deficiências. Para Isaías Carvalho, esta é uma visão elitista. "Muitos professores capacitados ingressam nas escolas e estão mudando essa realidade. Esse discurso acaba jogando toda a culpa nos professores", reclama.

Desde 2006, Isaías Carvalho trabalha como professor do Ensino Fundamental II e Ensino Médio em uma escola estadual em São Paulo. Oriundo de formação em escolas públicas, Isaías também é formado pelo Senai e chegou a trabalhar como técnico em refrigeração. Só conseguiu passar pelo "gargalo do vestibular" por causa do esforço de alguns professores da escola em que estudava na Vila Prudente, zona leste de São Paulo. Voluntariamente, os professores davam aulas de reforço pré-vestibular de graça para os alunos, nos fins de semana. "Os alunos se organizavam para comprar as apostilas", lembra. Foi durante uma participação como assistente de um professor na escola de japonês em que estudava que Antônio Marcos Bueno, de 21 anos, resolveu tornar-se professor. "Um sentimento único me tocou", exclama. Em busca do objetivo, saiu de Manaus, onde morava, e mudou-se para São Paulo. Depois de quase dois anos de cursinho pré-vestibular, Antônio Marcos está prestes a se mudar para a cidade de Assis, no interior do Estado, onde vai cursar Letras, com habilitação em japonês.

Entretanto, essa visão enraizada na cultura brasileira de que ser professor é uma missão ou vocação – e não uma profissão – acaba contribuindo para a desvalorização do profissional. "Socialmente, a representação do professor não é a de um profissional. É a de um cuidador, quase um sacerdote, que faz seu trabalho por amor. Claro que todo mundo tem de ter amor, mas é preciso aliar isso a uma competência específica para a função, ou seja, uma profissionalização", resume Bernardete.

Contra a corrente
Ainda assim, o idealismo e a vontade de mudar o mundo ainda permanecem como fortes componentes na hora de optar pelo magistério. Anderson Mizael, de 32 anos, teve uma trajetória diferente da maioria dos seus colegas da PUC-SP. Criado na periferia de São Paulo, Anderson sempre estudou em escolas públicas. Adulto, trabalhou durante cinco anos como designer gráfico antes de resolver voltar a estudar. Bolsista do ProUni, que ajuda a financiar a mensalidade, Anderson é um dos poucos do curso de Letras que almejam a posição de professor de Literatura. "Eu tenho esse lado social da profissão. O ensino público está precisando de bons professores, de gente nova", explica ele, que acaba de conseguir o primeiro estágio em sala de aula, em uma escola no Campo Limpo, zona sul da capital. Ana, que hoje trabalha em uma escola de elite, sonha em dar aula na rede pública. "São os que mais precisam." "Eu sempre quis ser professora, desde criança", arremata Ligia.

A empolgação é atenuada pela realidade da escola – com as já conhecidas salas lotadas, falta de material e muita burocracia. Ligia Reis reclama. "Cheguei, ganhei um apagador e só. Não existe nenhum roteiro, nenhum amparo", conta. "Às vezes, você é um ótimo professor, tem várias ideias, mas a escola não ajuda em nada", desabafa. Ligia também conta que, para grande parte de seus colegas de graduação, dar aula é a última opção. "A maioria quer ser tradutor ou trabalhar em editoras. É um quadro muito triste."

Como constatou Ligia, de forma geral, jovens oriundos de classes mais favorecidas, teoricamente com uma formação mais sólida e maior bagagem cultural, acabam procurando outros mercados na hora de escolher uma profissão. "Eles procuram carreiras que oferecem perspectivas de progresso mais visíveis, mais palpáveis", explica Bernardete. Um dos motivos que os jovens dizem ter para não escolher a profissão de professor é que eles não veem estímulo no magistério e os salários são muito baixos, em relação a outras carreiras possíveis. "Meu avô disse para eu prestar Farmácia, que estava na moda", lembra Ana.

A busca pela valorização da carreira de professor passa também, mas não somente, por políticas de aumento salarial. Além de pagar mais, é preciso que o magistério tenha uma formação mais sólida e, principalmente, um plano de carreira efetivo. "Um plano em que o professor sinta que pode progredir salarialmente, a partir de alguns quesitos. Mas que ele, com essa dedicação, possa vir a ter uma recompensa salarial forte", conclui a pesquisadora.

Anderson, Ligia, Ana, Isaías, Antônio e Fernando torcem para que essa perspectiva se torne realidade. "Eu acho que, felizmente, as pessoas estão começando a tomar consciência do papel do professor. É uma profissão que, no futuro, vai ser valorizada", torce Anderson. "É uma profissão, pessoalmente, muito gratificante." "Às vezes, eu chego à escola morta de cansaço, mas lá esqueço tudo. É muito gostoso", conta Ana.

 




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Faculdade de Artes do Paraná realiza 6º Seminário de Pesquisa em Artes da FAP

“EntreLinhas PPGE/UFPR: O Plano Nacional de Educação em Discussão”


 
 
O Setor de Educação, através do seu Programa de Pós Graduação e em parceria com a PROGRAD vem realizando uma série de debates com vistas a realizar uma análise qualificada do Projeto de Lei do PNE, em trâmite no Congresso Nacional, envolvendo a comunidade do PPGE, do Setor de Educação e a comunidade universitária, gestores da UFPR, sociedade civil e representantes da Câmara e Senado Federal, em especial os paranaenses.
A participação de todos é fundamental na construção coletiva de propostas a serem remetidas ao Congresso Nacional.
Os próximos encontros ocorrerão no Teatro da Reitoria e versarão sobre as seguintes temáticas:

27/04/2011 – Diretrizes do PNE 2011/2020: VII - promoção humanística, científica e tecnológica do País; VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruto.  Metas e estratégias relacionadas.

Debatedores convidados:

Professor Doutor Zaki Akel Sobrinho - Reitor da Universidade Federal do Paraná

Professora Doutora Maria Amélia Sabagg Zainko - Pró- Reitora de Graduação da UFPR.

Representante da APUFPR

Representante discente.

 

02/05/2011 – Diretrizes do PNE 2011/2020: IX - valorização dos profissionais da educação; e X - difusão dos princípios da equidade, do respeito à diversidade e a gestão democrática da educação.  Metas e estratégias relacionadas.

 

09/05/2011 – Sistematização e organização de proposições a serem enviadas à Camara e Senado Federal.

Coordenação do PPGE; Direção do SE; PROGRAD; Representante discente

 

Local: Teatro da Reitoria

INSCRIÇÕES: www.ppge.ufpr.br  

HORÁRIO: 18 h 30






 






terça-feira, 19 de abril de 2011

Mulheres presas sofrem agressões físicas e sexuais

  


(O Globo) Denúncias de maus tratos de policiais contra detentas foram apresentadas pela Pastoral Carcerária Nacional, da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). As agressões, físicas e sexuais, ocorreram principalmente na Penitenciária Feminina de Santana, em São Paulo, e foram encaminhadas ao Grupo Especial de Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público paulista.

Na Bahia, a Pastoral constatou casos de tortura e maus tratos no Conjunto Penal da Serrinha, de responsabilidade da Reviver Administração Prisional Privada.

"A violência policial contra a mulher tem atos distintos em relação aos homens. Além da agressão física, tem o abuso sexual. Isso é o que mais dói nelas", afirma o diretor jurídico da Pastoral, José de Jesus Filho.
 

http://www.agenciapatriciagalvao.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1587&catid=43 



A LÂMPADA, O DEPUTADO E O KIT




A LÂMPADA, O DEPUTADO E  O KIT

 

 

Desde a constituição dos movimentos sociais que começam a eclodir no Brasil na década de 60 do último século, passando pelo movimento feminista de segunda onda (com suas teorizações em torno do conceito de gênero) e pelo movimento homossexual nos anos 80 e 90, até desembocar no que hoje conhecemos por movimento LGBT, temos presenciado, no Brasil, uma luta política e teórica pela consolidação de direitos civis, jurídicos e educacionais de lésbicas, gays, bissexuais,  travestis e transexuais.

Essa luta, que num primeiro momento precisou mostrar que as mulheres não estavam condenadas ao cárcere-lar e à maternidade compulsória; que, em outro, precisou escancarar e destronar os equívocos jurídico-científicos que impunham à homossexualidade a condição de crime e doença; que, em outro, precisou provar que a AIDS  não era a "peste gay" como afirmava a razão médica, depara-se, nesses nossos dias, com a tarefa de fazer frente a interesses doutrinários e preconceituosos para garantir o combate à violência de gênero e à homofobia, promovidas por propagadores do ódio de toda sorte.

Por isso, numa época em que grupos ultraconservadores saem pelas ruas promovendo o terror à diferença sexual, quebrando lâmpada na cara de rapazes gays e assassinando travestis pelos becos da cidade, em que pastores e padres disparam ataques condenando mulheres e homens homossexuais a novas formas de exorcismo, em que figuras públicas, como deputados e outros tantos, sem pudor e, principalmente, sem conhecimento algum do assunto, publicizam em rede nacional o racismo e a homofobia que lhes vazam pelos poros é que a medida implementada pelo MEC, de distribuir um kit anti-homofobia em escolas brasileiras, faz-se necessária. Mais que necessária, é uma obrigação do poder público em resposta a essas investidas terroristas que insistem em promover o horror e a violência de gênero e sexuais em nosso país.

Pensar na distribuição de um kit anti-homofobia significa uma possibilidade histórica de construir no âmbito das escolas brasileiras, entre alunas/os e professoras/es, entre funcionárias/os e comunidade,  um debate sério em torno das homossexualidades e, a partir disso, assegurar direitos historicamente negados às/aos homossexuais. Inclusive, o direito a uma escola que promova o diálogo e a liberdade. Significa um caminho para deslocar os insuspeitos e preconceituosos olhares que enxergam o público LGBT como arremedo do humano, bem como promover abertamente o enfrentamento contra o sexismo, o machismo, a homofobia, a lesbofobia e a transfobia entre nossos jovens.

Acreditar nos deslocamentos que uma medida como essa pode provocar talvez nos force a não mais fingir que lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais não existem e que, portanto, não são problema nosso. Nos forçará a entender que o "filho gayzinho", como disse o tal deputado homofóbico, pode sim morar sob o mesmo teto nosso. Forçará, no mínimo, que comecemos a questionar a insuspeitabilidade da heteronormatividade como padrão de normalidade de gênero e sexual,  em busca da construção de uma juventude que, no futuro, possa se orgulhar de ter filhas e filhos homossexuais sem que isso se torne uma ameaça a suas vidas. O kit anti-homofobia pode ser uma chance de, no interior de nossas escolas, propor novas formas de pensar e de agir, novas possibilidades de combate à opressora norma heterossexual, uma chance de nossas alunas e alunos  se pensarem de outro modo diante das diferenças imanentes à vida.

A lâmpada na Av. Paulista, o deputado homofóbico e os contrários ao  kit anti-homofobia nos deixam, no mínimo, dois grandes alertas: o de que a homofobia no Brasil lateja e o de como o fanatismo religioso e os fundamentalismos morais são capazes  de promover o ódio e a agressão ao outro.  Tudo em nome de Deus. 


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Jamil Cabral Sierra
Universidade Federal do Paraná - UFPR
Setor Litoral
41-9628-1908
 
 
 
 
 
 
 



Portaria do Ministério sobre Área da Saúde da Mulher gera polêmica (Viomundo)






(Blog Viomundo) A Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos condena a transferência para o IFF/Fiocruz das atribuições que até então eram da Área Técnica de Saúde da Mulher.

Matéria da jornalista Conceição Lemes, publicada no blog Viomundo, retrata a polêmica em torno da Portaria 4.159, do Ministério da Saúde, que estabelece o Instituto Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz (IFF/Fiocruz), como Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, para atuar como órgão auxiliar do Ministério.

Veja a Recomendação aprovada pelo pleno CNS acerca da portaria do Ministério da Saúde

Assinada em 21 de dezembro de 2010 pelo então ministro da Saúde, José Gomes Temporão, a portaria estabelece que o IFF/Fiocruz seja responsável pelo desenvolvimento, coordenação e avaliação das ações integradas para a saúde da mulher, da criança e do adolescente no Brasil.

"Terceirização de responsabilidades governamentais"
“É um absurdo que, no apagar das luzes de 2010, o Ministério da Saúde tenha emitido uma portaria que, na prática, transfere ao Fernandes Figueira as atribuições que até então eram da Área Técnica de Saúde da Mulher”, denunciou Telia Negrão, secretária-executiva da Rede Feminista de Saúde. “Uma decisão de caráter eminentemente político que ‘terceiriza’ responsabilidades governamentais, embora seja uma terceirização para um órgão público vinculado ao governo.”

Para Télia Negrão, “o que não aceitamos é esvaziar uma área estratégica para a coordenação das políticas públicas sem debater nem dar ciência ao movimento de mulheres, que é muito atuante na área de saúde”.

Temporão defende que o IFF não se confunde com a Coordenação de Saúde da Mulher
O médico sanitarista José Gomes Temporão é professor da Escola Nacional de Saúde Pública, o ENSP da Fiocruz, e pesquisador do Centro de Relações Internacionais em Saúde da fundação. Em entrevista ao blog Viomundo, ele defendeu que a portaria assinada por ele atendeu a uma solicitação da Fiocruz. “O IFF é uma unidade da Fiocruz, que é órgão do Ministério da Saúde. Logo, parece coerente que o IFF, que já desenvolve atividades de formação, assistência e extensão de alta qualidade, possa assumir esse papel de referência.”

Ele justificou que o IFF possui centenas de profissionais de saúde e pesquisadores plenamente capacitados para contribuir com o avanço das políticas públicas voltadas à mulher e à criança. "Não caberá ao IFF qualquer monopólio em relação ao tema. Toda e qualquer entidade ou instituição com experiência no tema pode e deve contribuir com o Ministério da Saúde nessa missão.”

O atual ministro da Saúde, Alexandre Padilha, foi procurado pelo blog, mas não deu entrevista.

http://www.agenciapatriciagalvao.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1594&catid=44

ONU Mulheres lança site com informações sobre violência contra mulheres e meninas

Lançado pela Centro de Conhecimento pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas, da ONU Mulheres, o site www.endvawnow.org tem informações atualizadas em inglês, espanhol e francês, fornecendo "uma plataforma web que reúne programação, conhecimento e as lições aprendidas a partir de iniciativas pelo fim da violência contra mulheres e meninas em todo o mundo."

O Centro é uma iniciativa da ONU Mulheres, que reúne contribuições de organizações e indivíduos, governos e outras agências das Nações Unidas.

O objetivo do site é atender as necessidades de gestores/as, tomadores/as de decisão e outros profissionais dedicados a enfrentar a violência contra mulheres e meninas, estimulando a divulgação de dados sobre a elaboração, implementação, monitoramento e avaliação de iniciativas para prevenir e punir a violência contra mulheres e meninas.

http://www.agenciapatriciagalvao.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1608&catid=43

Campanha 'Eu sou Gay' usa internet contra homofobia


(O Estado de S. Paulo) Uma nova campanha na internet - "Eu Sou Gay" - transformou-se, em 24 horas, em um dos assuntos mais comentados do Twitter. Pelo blog http://projetoeusougay.wordpress.com/, internautas podem enviar autorretratos em que estejam segurando uma placa ou papel com a frase "Eu sou gay". Foram enviadas cerca de 600 fotos em menos de um dia.

Reação pacífica a demonstrações homofóbicas
Para os autores do blog, a pernambucana Carolina Almeida, de 32 anos, e o paulistano Daniel Ribeiro, de 28, a campanha virtual é "um projeto contra o ódio". A gota d'água, segundo eles, foi a descoberta recente do corpo de uma adolescente lésbica em Goiás, desaparecida desde março e que teria sido morta pela família da namorada, que não aceitava o relacionamento.

Barbárie na av. Paulista
De acordo com dados do Centro de Combate à Homofobia (CCH), 72% dos ataques a gays acontecem em espaços públicos.
14/11/2010 - Quatro adolescentes e um jovem de 19 anos agrediram gratuitamente com chutes, pauladas e lâmpadas fluorescentes três rapazes na av. Paulista. Câmeras de um prédio gravaram as cenas de violência."
04/12/2010 - Um casal homossexual, que andava de mãos dadas próximo ao Metrô Brigadeiro, foi agredido por cinco homens.
23/03/2011 - Um estudante foi agredido por fazer parte de um grupo de ativistas contra a homofobia na Avenida Paulista. Câmeras de posto gravaram a confusão.





quinta-feira, 14 de abril de 2011

Homofobia e racismo na agenda nacional




 

Nilton Luz é coordenador da Rede Nacional de Negras e Negros LGBT


Homofobia e racismo na agenda nacional

Texto: Nilton Luz

 

Racismo e homofobia são discriminações distintas em origens, formas e conseqüências. Há alguns dias, três casos ajudaram a explicitar as diferenças e semelhanças, e também a estabelecer as conexões entre elas e unificar a reação a todas as formas de desigualdade e intolerância. A primeira vítima foi um estudante negro, gay assumido e militante, estudando no interior do Rio Grande do Sul, covardemente agredido, preso e ameaçado de morte por policiais. Nas ameaças, racismo e preconceito regional explícitos.

Respondendo a pergunta da cantora Preta Gil, em caso de maior repercussão midiática, o homofóbico deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) afirmou em programa de TV aberta que seus filhos não namorariam uma mulher negra porque "têm boa educação", associando a possibilidade da relação à promiscuidade. Assustado com a repercussão pública e ameaçado de perder o mandato, retrocedeu e tentou justificar-se com a versão de que confundiu a pergunta, imaginando tratar-se de "gays". Inúmeras declarações estapafúrdias do deputado têm se seguido àquela.

Não parou por aí. O também deputado federal Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), afirmou pelo Twitter que africanos "descendem de ancestrais amaldiçoados por Noé" e que gays têm "podridão de sentimentos" que "levam ao ódio, ao crime e à rejeição".

Nos três casos, a cara da opressão é o próprio Estado, personificado nos policiais e nos deputados federais. O Poder Executivo, responsável pela força policial, deve proteger os cidadãos e cidadãs, no cumprimento às leis aprovadas no mesmo Legislativo que abriga os dois deputados. Os casos exibiram o profundo fosso que o Brasil tem de superar para promover a cidadania de segmentos discriminados.

O crescimento da pauta LGBT na agenda pública brasileira teve o efeito colateral de organizar a oposição reacionária aos direitos dessa parcela da sociedade. Tornou-se a principal bandeira da bancada evangélica, obrigou um retrocesso na campanha de 2010 e tem tomado o espaço midiático que tiveram as cotas raciais na década passada. Do início do ano para cá, os casos de homofobia ganharam enorme visibilidade – lastreada, é bom que se diga, pelos casos de agressões na Avenida Paulista, que vitimaram jovens de classe média. Não se trata de uma coincidência apenas.

O assassinato de travestis ou de negras lésbicas e negros gays não costuma ganhar igual notoriedade. A homofobia, quanto praticada cotidianamente contra negros e negras, nas periferias das cidades e no interior do país, encontra no anonimato a receita da impunidade e o incentivo à reincidência. Os eventos, entretanto, jogaram luz sobre essa faceta da dupla discriminação. Pela primeira vez, a oportunidade de debater homofobia e racismo juntos, compreendendo suas imbricações. O assunto parece ter sido colocado, mesmo que momentaneamente, em debate nacional.

Os três casos demonstram as diferenças e semelhanças entre racismo e homofobia. Jovens de classe média agredidos estampam manchetes de jornais, mas o assassinato cruel de uma travesti negra de 14 anos não merece sequer uma nota de rodapé. Por sua vez, declarações racistas podem levar a processo de cassação de mandato parlamentar, mas as mesmas palavras ditas contra gays e lésbicas é tolerável. Nesse jogo, é difícil mesmo compreender o que é pior, entre duas discriminações. A única certeza é de que os negros e as negras LGBT sairão perdendo por todos os lados.

Mas existe um ponto positivo decorrido dos três atos deploráveis. Conseguiram unificar setores dos movimentos negro e LGBT, em geral avessos à solidariedade mútuas, em repúdio aos "ismos" e "fobias". Há de se admitir, no entanto, que o ponto de contato não foi apenas a defesa das vítimas. Apesar do estudante ser negro e gay assumido, e da cantora negra falar abertamente e orgulhosamente das experiências que viveu com outras mulheres, o principal elo de identidade foi a reação contra a postura racista e homofóbica dos deputados. Nem os skinheads obtêm tal façanha, embora suas vítimas preferenciais sejam justamente LGBT, negros e nordestinos, os três casos em voga. Diante disso, questiona-se se é possível que os movimentos sociais acumulem força para inverter situações desfavoráveis. A reação a Bolsonaro e seu recuo sinalizam que sim, e a capacidade de fazer alianças certamente contribui nas agendas comuns.

Negras lésbicas e negros gays, bissexuais, travestis e transexuais constroem uma espécie de ponte entre duas realidades distintas, que sofrem desigualdades diferentes. No esforço de corresponder à dupla identidade, costumam estar excluídas de ambas. O movimento de negros e negras lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais têm ainda uma grande caminho para avançar.

 

 http://www.bahianoticias.com.br/noticias/artigos/2011/04/14/329,homofobia-e-racismo-na-agenda-nacional.html 

 

Esse artigo também está publicado no blog: www.redeafrolgbt.blogspot.com






sábado, 9 de abril de 2011

A homossexualidade opõe-se à vontade de Deus, diz o Papa


As declarações inéditas de Bento XVI sobre a aceitação do uso de preservativo em casos “isolados justificados” marcaram o fim-de-semana em toda a imprensa mundial.


No entanto, a publicação do livro-entrevista esta terça-feira veio revelar que o Sumo Pontífice afinal recupera o discurso de que a homossexualidade é contranatura.

O jornal Le Monde resume a posição do Papa n’“A Luz do Mundo”, no qual este encara a homossexualidade como “injusta“, “algo que se opõe à vontade de Deus, e inconciliável com a vocação de padre”. "Na qualidade de seres humanos, [os homossexuais] merecem o respeito (...) e não devem ser rejeitados por esse motivo. O respeito pelo ser humano é absolutamente fundamental e decisivo", afirma Bento XVI. "Mas isso não significa que a homossexualidade seja justa por essa razão. Continua a ser algo que se opõe à própria essência daquilo que Deus quis na origem", apressa-se a explicitar. O chefe máximo da Igreja Católica reconhece ainda que, no seio da Igreja existem sacerdotes homossexuais, pedindo-lhes que não o manifestem abertamente. Segundo um estudo espanhol, mais de 60% dos sacerdotes não cumprem celibato e mantêm relações sexuais, independentemente da sua orientação sexual.

As palavras de Bento XVI já suscitaram a condenação de associações de defesa dos direitos das pessoas LGBT em Espanha e Itália, entre outros países.

http://www.dezanove.pt/108411.html

Governador e deputados saem em defesa de kit anti-homofobia

 Governador e deputados saem em defesa de kit anti-homofobia

Anastasia diz que as diversidades precisam ser reconhecidas

As declarações feitas pelos deputados Vanderlei Miranda (PMDB) e João Leite (PSDB), no plenário da Assembleia Legislativa, afirmando que os kits anti-homofobia do governo federal levam crianças a se tornarem homossexuais foram duramente criticadas por parlamentares, repercutindo, inclusive, na Câmara dos Deputados.

O deputado federal e membro da frente parlamentar Mista pela Cidadania LGBT (gays, lésbicas, bissexuais e transexuais), Jean Wyllys (PSOL-RJ), declarou que os dois parlamentares mineiros desconhecem a proposta do governo federal. "Ao contrário das mentiras contadas propositadamente sobre os kits, eles são parte de uma política pública criada para combater o bullying nas escolas. O objetivo é desconstruir a violência contra gays nas escolas", afirmou.

Durante a 21ª reunião ordinária, Miranda criticou a distribuição do que ele chamou de "kit gay". "Não quero ver meus filhos passeando em um shopping e vendo dois homens se beijando".

O governador de Minas, Antonio Anastasia, também se pronunciou ontem, durante o Congresso do Ministério Público de Meio Ambiente da Região Sudeste. Ele defendeu a distribuição dos kits a 6.000 escolas públicas. "A evolução da sociedade caminha naturalmente para o sentido de reconhecermos as diversidades. Acho que esse é o ponto mais importante, e o governo federal, ao fazer esse kit, caminhou nesse sentido".

Na Assembleia, deputados defenderam a criação de leis específicas para evitar a homofobia. O presidente da comissão de Direitos Humanos, deputado Durval Ângelo (PT), classificou os pronunciamentos de Miranda e João Leite como intransigentes. "Eles vão perceber a infelicidade de suas afirmações. A maneira como foram colocadas suas opiniões foi intransigente".

A presidente do Centro de Referência de LGBT do Estado, Valkíria La Roche, classifica como incoerentes as críticas aos kits. "As pessoas precisam começar a entender que as crianças não vivem de olhos vendados para a sociedade".

Resposta. Jean Wyllys também rebateu as críticas feitas por Vanderlei Miranda, que o acusou de "debitar na conta da bancada evangélica" o insucesso na aprovação de políticas públicas em defesa do interesse dos homossexuais. "Qualquer um sabe que o grande entrave é a presença de pessoas conservadoras no Congresso. E uma parcela delas é da bancada evangélica, mas há exceções".




NAS IGREJAS

Marta muda projeto de lei e libera pregação contra gays

 Marta Suplicy busca uma forma para aprovar projeto no Senado

Brasília. A senadora Marta Suplicy, do PT, atual relatora do Projeto de Lei Complementar 122 – que pretende criminalizar a homofobia no Brasil – fez uma alteração substancial no texto que tramita no Senado. Na prática, a alteração permite que pregações em templos e igrejas condenem a homossexualidade. É a forma encontrada pela senadora e seus assessores para que o texto do projeto passe pelos parlamentares evangélicos.

Agora, o projeto deixa claro que a lei não se aplicará a templos religiosos, pregações ou quaisquer outros itens ligados à fé, desde que não incitem à violência. O novo parágrafo diz: "O disposto no capítulo deste artigo não se aplica à manifestação pacífica de pensamento fundada na liberdade de consciência e de crença de que trata o inciso 6° do artigo 5° (da Constituição)".

A liberdade de pregação e culto contra a homossexualidade, preservada pelo novo texto, não inclui as mídias eletrônicas. Isso é: continuam vetados, sob pena de multa, textos, vídeos e falas que condenem a homossexualidade publicados em sites ou transmitidos pela TV.

Minas. Na Assembleia Legislativa, ainda não há um projeto em tramitação que "criminalize" a homofobia. Em contrapartida, a comissão de Direitos Humanos da Casa tem realizado audiências públicas com movimentos sociais e já discute a necessidade da criação de uma lei específica. "O brasileiro ainda não conseguiu enxergar a homofobia como crime. É nosso papel contribuir para isso", declarou o deputado estadual Carlin Moura (PCdoB). (Com AFG)

Orientação sexual não é ensinada

De acordo com o sociólogo da PUC Minas e especialista em violência contra homossexuais, Moisés Augusto Gonçalves, a orientação sexual não é influenciada por fatores externos, mas, sim, por tendências inatas a cada pessoa.

"Não tem como qualquer tipo de material mudar a orientação sexual de alguém. Esse tipo de especulação vem de pessoas que possuem um discurso direcionado". Para ele, a homofobia vem do desconhecimento do que é a homoafetividade. (AFG)


 





Varas especializadas em violência contra mulher precisam de mais estrutura (UI)

Eliana Calmon: varas especializadas em violência contra mulher precisam de mais estrutura (UI)

(Última Instância) Para combater o crime de violência contra a mulher e garantir a punição dos agressores, existem atualmente 53 varas especializadas no Brasil. Apenas os Estados da Paraíba e Rondônia não possuem esse tipo de unidade judiciária.

Durante o Seminário Lei Maria da Penha - Avaliação e perspectivas, promovido pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, no dia 31 de março, em Brasília, a corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, destacou a importância de garantir melhor estrutura a essas varas, com equipe de psicólogos e técnicos para perícias. Afirmou ainda que a violência contra a mulher é um caso de Estado e que precisa ser combatido em conjunto por todas as instituições.

Raquel Dodge, subprocuradora-geral da República e coordenadora da 2ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal, considera que “as instituições precisam conversar entre si para dar significado efetivo à Lei Maria da Penha e erradicar a violência contra a mulher”.

A co-responsabilidade entre os Poderes também foi destacada pela ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes, que entende que a Lei Maria da Penha - além de cumprir o papel de determinar e tipificar a agressão doméstica contra as mulheres e definir a punição adequada - estabelece as responsabilidades do Executivo, do Ministério Público e do Judiciário no combate a esse tipo de violência.

http://www.agenciapatriciagalvao.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1557&catid=43

Líbia:arrastada por denunciar estupro

   



Sábado passado, Iman al-Obeidi invadiu um hotel em Tripoli dizendo aos reporteres que ela havia sido estuprada por 15 homens do Kadafi. Ela foi levada pelos brutamontes do regime e desde então ninguém a viu. Vamos gerar um chamado massivo para a Turquia, que já ajudou a libertar outros reféns na Líbia, para salvar a Iman. Assine agora e encaminhe este alerta:
Sábado passado uma jovem advogada chamada Iman al-Obeidi entrou em um hotel em Tripoli pedindo ajuda aos jornalistas estrangeiros. Mostrando hematomas e chorando, ela dizia que ela tinha acabado de ser estuprada por 15 homens do Kadafi. Ela gritava enquanto era arrastada por officias da Líbia e não foi vista depois disso.

Palavras mal podem expressar a coragem que a Iman demonstrou ao expor o seu caso, e nós apenas podemos imaginar o terror que ela deve estar sofrendo agora nas mãos dos brutamontes do Kadafi. A vida dela está em perigo, mas nós podemos ajudar, se agirmos rápido.

O Kadafi vai ignorar as críticas internacionais porém, ele ouviu o governo turco quando eles interviram na libertação de jornalistas estrangeiros. Vamos gerar um chamado global para o Primeiro Ministro da Turquia, Recep Erdogan, pedindo ajuda para salvar a Iman. Assine a petição e divulgue esta campanha para todos. A petição será entregue no consulado da Turquia em Benghazi e através de anúncios na Turquia assim que alcançarmos 500.000 assinaturas:

http://www.avaaz.org/po/free_iman_al_obeidi/?vl

Iman disse que ela foi parada em um bloqueio em Tripoli e foi detida por dois dias, suportando estupro e espancamento por 15 homens da força de segurança, antes de conseguir escapar. Ela disse que outras mulheres ainda estão sendo mantidas reféns pelos brutamontes do regime.

Os homens que estupraram a Iman provavelmente acharam que ela nunca iria desafiar o aparato de terror do Kadafi ou suportar a vergonha de admitir ter sido estuprada, principalmente em uma sociedade conservadora onde frequentemente as mulheres são culpadas por estes crimes. Mas ela ousou quebrar o silêncio que persegue tantas outras vítimas da brutalidade do Kadafi, assim como vítimas da violência sexual em qualquer lugar do mundo.

O regime a chamou de prostituta e prometeu condená-la por difamar as forças do governo. Porém líbios já protestaram nas ruas em massa, para defender e apoiar Iman. A influência turca sobre o Kadafi, poderá libertá-la. Vamos nos manifestar em apoio a Iman al-Obeidi, que ousou se levantar contra os seus algozes pedindo a verdade e justiça – assine abaixo, peça para o Primeiro Ministro turco agir, depois encaminhe este alerta:

http://www.avaaz.org/po/free_iman_al_obeidi/?vl

Neste momento, uma jovem e corajosa mulher arriscou tudo pelos valores que todos nós compartilhamos e por causa disso, ela está enfrentando consequências terríveis. Vamos fazer de tudo para salvar a sua vida.

 
Fontes:

Na Líbia, mulher que denunciou estupro será processada:
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,na-libia-mulher-que-denunciou-estupro-sera-processada,698864,0.htm

Mulher diz ter sido torturada e estuprada por militares líbios:
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5ggipQkFTPya9LvPCyVXOzU-om2HQ?docId=CNG.afe64f68b979abe5ef44b90e2459550d.3a1

Família de jovem que acusou soldados líbios de estupro diz que ela não foi libertada:
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2011/03/28/familia-de-jovem-que-acusou-soldados-libios-de-estupro-diz-que-ela-nao-foi-libertada.jhtm

Vídeo - ‪Mulher líbia acusa militares de violação‬:
http://www.youtube.com/watch?v=hFXWIk4ct-g



Proyecto de ley de matrimonio en Uruguay - Marriage bill in Uruguay


Assunto: [sogi] Proyecto de ley de matrimonio en Uruguay - Marriage bill in Uruguay

Amig@s:

Con gran placer les informo que el Colectivo Ovejas Negras, al cual pertenezco, acaba de presentar un proyecto de ley de matrimonio igualitario en el parlamento de  Uruguay, a través de un legislador del gobernante Frente Amplio. El proyecto, que fue redactado por Michelle Suárez, (la primera abogada trans del Uruguay) no solo habilita el matrimonio entre dos personas, cualquiera sea su orientación sexual o identidad de género, sino que también permite elegir el orden de los apellidos de los hijos, entre otros cambios. Somos optimistas de que el proyecto se transforme en ley, ya que el Frente Amplio tiene la mayoría parlamentaria suficiente para votarlo. Asimismo, varios (pocos) legisladores de la oposición se manifestaron a favor del proyecto.

Abajo encontrarán un artículo de prensa con más información al respecto. El link es: http://www.180.com.uy/articulo/18106

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Friends,

I have the pleasure to inform you that Colectivo Ovejas Negras, the group I volunteer for, has just introduced an egalitarian marriage bill in Uruguay, through an MP of the ruling Frente Amplio. The bill, written by Michelle Suarez (the fist transgender lawyer in Uruguay) not only enables marriage between two people, regardless of their sexual orientation or gender identity, but also allows parents to choose the order of their children's surnames, among other modifications. We are optimistic about the bill being voted into law, since the Frente Amplio has the majority needed to do so. Also, a few opposition MP's have stated they are in favor of the bill.

Below you will find a press article with more information (in Spanish). Those of you who don't read Spanish and would like to know more, just ask me. You can also find the article at: http://www.180.com.uy/articulo/18106

Wish us luck! :)

Alvaro



Buscan reformar el matrimonio en Uruguay
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El diputado del MPP Sebastián Sabini y el colectivo Ovejas Negras elaboraron un proyecto de ley que pretende reformar el matrimonio tal como se conoce hoy en el país. Entre las principales reformas, se propone que se puedan casar parejas homosexuales, se reconocen nuevos argumentos de divorcio y se permite alterar el orden de los apellidos en los hijos. El proyecto, elaborado por la primera abogada transexual del Uruguay, fue presentado este lunes a la bancada del Espacio 609.

Publicado el: 5 de abril de 2011 a las 16:04

Por: Emiliano Zecca

Simulacion de un casamiento homosexual en la puerta del registro civil (adhoc©Nicolas Celaya

Valeria Rubino, del colectivo Ovejas Negras, explicó a 180 que la reforma no es solo para aprobar el matrimonio homosexual. "Lo vamos a reformar para todo el mundo, vamos a reformar el matrimonio en Uruguay", dijo.


Rubino contó que el texto se llevó a todos los partidos políticos y tuvieron respuestas positivas de todos los partidos con representación parlamentaria, menos el Partido Independiente. El diputado del Movimiento de Participación Popular (MPP), Sebastián Sabini, fue quien se interesó y conversó con ellos para la elaboración conjunta. El texto fue presentado este lunes en la bancada del Espacio 609.


El proyecto de ley, al que tuvo acceso 180, propone en su artículo primero la "unión de dos contrayentes, cualquiera sea la identidad sexual u orientación sexual de estos".


Sabini hizo la exposición de motivos y la parte jurídica y de redacción fue hecha por Michelle Suárez, integrante del colectivo Ovejas Negras y primera abogada transexual de Uruguay.


Según explicó Suárez a 180, el primer gran cambio que se propone es que todas las expresiones que en el Código Civil hablan de matrimonio y usan los términos "hombre y mujer", "marido y mujer" o "esposo y esposa", se sustituyen por términos ambiguos que no hacen una distinción de género. Lo demás se mantiene igual.


A mediados de julio del año pasado, Argentina se convirtió en el primer país de Latinoamérica en avalar el casamiento de personas del mismo sexo. Suárez con respecto a esto que a diferencia de ese proyecto, en éste no hay distinción entre parejas homosexuales y heterosexuales, porque eso es discriminar directamente en el proyecto.


Nuevos argumentos de divorcio


Más allá de reconocer la unión matrimonial de personas del mismo sexo, el proyecto también propone reformas que incluyen a los matrimonios heterosexuales.


En el proyecto se habla de dos nuevas causales de divorcio. Por un lado, que "por sola voluntad" de una de las partes se podrá solicitar el divorcio. Con el Código Civil actual, para que se lleve a cabo un divorcio debe existir algún fundamento, más allá de la voluntad de los cónyuges. Esta causal solo podrá ser aceptada después de los dos años de celebrada la unión.


El otro gran cambio es el "divorcio por cambio de género de uno de los contrayentes". Suárez dijo que "puede ocurrir que una de las personas que esté en unión matrimonial cambie su sexo y el género era una cuestión importante para el otro cónyuge cuando contrajo matrimonio".

Suárezn dijo que durante la elaboración se llegó a proponer que no sea necesario contemplar el cambio de sexo, ya que se podía considerar injuria. Pero la abogada aclar que, de ser así, se estaría obviando "un derecho inherente a todo ser humano" que es la libertad a elegir una orientación sexual. Por eso, finalmente se eligió contemplarlo de esta manera.


Hijos y apellidos


Actualmente, el Código Civil no reconoce responsabilidad con los hijos más allá del vínculo biológico. Según explicó Suárez, en el caso de las inseminaciones artificiales no existe regulación alguna. "En el caso de las mujeres lesbianas, una de ellas puede inseminarse, y en el caso de las heterosexuales, uno puede ser donante, pero el cónyugue que no tiene el lazo biológico con el hijo, en una situación de divorcio podría desligarse".


La abogada dijo que acá se propone una solución. "La persona que acompaña los procesos inseminatorios, cuando lo inscribe, acepta expresamente que con ese hijo no tiene un lazo biológico, pero de igual manera se compromete porque lo quiere como si fuera así. Esto es para que el día de mañana no pueda desligarse de las obligaciones que lo unen con ese niño que eligieron tener en común.", sostuvo.


El proyecto también habla de cambios en el orden de los apellidos. "Todo hijo biológico o adoptivo cuyos padres estén bajo unión matrimonial o fuera de ésta llevaran los apellidos de ambos en el orden que los mismos establezcan. En caso contrario, se regirán por un orden aleatorio determinado por sorteo en el momento de la inscripción, considerándose cualquier norma que establezca lo contrario expresamente derogada", se escribe.


Suárez señaló que ocurre una cuestión lógica que lleva a este cambio. "A partir de que tenemos a dos mamás o dos papás, no podemos seguir estableciendo por ley que primero va el apellido del papá y después el de la mamá. Sinceramente, eso violenta todo el espíritu de lo que quiere consagrar la norma. Entonces se permite que todos aquellos que quieran mantener la tradición de poner primero el apellido del papá y después el de la mamá, pueden hacerlo, y se establece que la pareja pueda decir por su libre albedrío", señaló.


Pasado y futuro


En los últimos cinco años, Uruguay hay trabajado en las leyes de adopción y la unión concubinaria. Suárez dijo que la evaluación que hacen es positiva, porque en el caso del concubinato se vino a dar un amparo a algo que antes no existía. En la exposición de motivos del proyecto se expresa que "las parejas homosexuales están en inferioridad de condiciones frente a las parejas heterosexuales, que pueden acceder tanto a la unión concubinaria como al matrimonio".


Suárez marcó que en el caso del concubinato se debe comprobar que hubo convivencia durante cinco años con apariencia de matrimonio. Eso se debe probar ante un tribunal, con la presencia de abogados. "Ampliar las esferas individuales de derechos no solo afecta a los directamente involucrados, sino que además afecta a los indirectamente involucrados, porque al tener un sociedad más justa y más igualitaria, hace que todos convivamos en una sociedad mejor, que está evolucionando", afirmó.


Sabini dijo a 180 que el proyecto fue bien recibido por los demás legisladores y que se trabajará con la bancada del Frente Amplio para que en un mes quede listo un borrador más exacto de la ley final. La idea es que el proyecto se apruebe este año.



http://www.180.com.uy/articulo/18106
 
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Porque o aborto tem que ser discriminalizado

NA TV Feminista e na TV Cfemea, assista:

http://vimeo.com/22080254

 

Neste vídeo, que acaba de ser lançado, o Centro Feminista de Estudos e Assessoria - CFEMA, mostra as caracteristicas socioeconômicas das milheres que praticam aborto clandestino e que estão sujeitas a complicações na saúde porque não há apoio da saúde pública e o aborto é criminalizado.

O aborto clandestino é a causa de 602 internações POR DIA no Brasil, por causa de infecções e é a TERCEIRA causa de morte materna.

1 em cada 7 mulheres no Brasil já fez aborto.

Os setores ultra-conservadores e a igreja católica em especial estão promovendo absurdos contra as mulheres no Congresso Nacional, chegam, a propor BOLSA ESTUPRO para manter a gravidez de quem foi estuprada. Querem criar um cadastro obrigatório de todas as mulheres que engravidam, para controlar se vão fazer aborto.

INFORME-SE E PARTICIPE DOS MOVIMENTOS DE EMANCIPAÇÃO DAS MULHERES E QUE LUTAM POR DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS

cfemea.org.br



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Publicação que fala sobre o hiv entre a população negra

Publicação que fala sobre o hiv entre a população negra
 

ata de Publicação: 21/03/2010
Descrição: Os artigos apresentados são frutos de dois editais públicos de Chamada de Pesquisas lançados pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Os resultados das pesquisas selecionadas, com diversas abordagens e enfoques, apontam para o fato de que se, por um lado, houve um avanço significativo, reconhecido internacionalmente, no enfrentamento da epidemia de HIV e aids em nosso país; de outro, ainda se observa a persistência das condições de vulnerabilidade e de exposição à epidemia do HIV/aids entre negros e pardos.

Versão final: PDF [2,47 MB]

O que você vai encontrar nas pesquisas:

  • As desigualdades econômicas do Brasil influenciam no aumento da incidência de casos na população de menor nível socieconômico (link do SciELO).
  • O conhecimento incipiente sobre HIV/aids, aliado à prática sexual insegura, coloca mulheres de baixa escolaridade, menor renda e residentes no Nordeste em situação de maior vulnerabilidade às DST/aids (link do SciELO).
  • O uso consistente do preservativo é mais frequente em parcerias eventuais. O baixo uso do preservativo em mulheres nas relações estáveis foi atribuído à negativa do parceiro (link do SciELO).
  • O conhecimento sobre aids é maior que sobre DST (link do SciELO) e está diretamente relacionado ao uso do preservativo.
  • As mulheres brancas são aquelas com maior probabilidade de terem: escolaridade mais elevada e plano de saúde, além de parceiro estável no ano anterior à pesquisa e maior poder na relação sexual (link do SciELO).
  • As negras são aquelas com maior probabilidade de terem baixa escolaridade, não possuírem plano de saúde, além de se sentirem com menos poder de negociação diante do parceiro sexual (link do SciELO).
  • O nível sociocultural desfavorável associou-se aos afrodescendentes jovens, enquanto o nível médio associou-se aos brancos da mesma idade (link do SciELO).
  • Os jovens afrodescendentes iniciam-se sexualmente mais cedo e têm mais relações amorosas esporádicas que os jovens brancos. Porém os adolescentes brancos mantêm mais relações sexuais. Além disso, os adolescentes brancos usam menos preservativo em contexto de múltiplos parceiros e em relacionamento de namoro do que os afrodescendentes (link do SciELO).
  • Jovens mulheres moradoras de 10 diferentes comunidades do Rio de Janeiro foram entrevistadas. Dessas, 74% eram negras, 39% eram sexualmente ativas e 24,4% eram portadoras de DST (link do SciELO).
  • Nas favelas cariocas, evidenciou-se que a discriminação racial sofrida é cotidiana e contribui para a construção de autoimagem negativa que aliada à pobreza, violência de gênero e dificuldade de acesso aos serviços de saúde ampliam a vulnerabilidade às DST/aids (link do SciELO).
  • A dificuldade de adesão ao uso de preservativo pelas mulheres relaciona-se a questões de gênero e de "proteções imaginárias", principalmente na concepção de que relações de confiança protegem diante da possibilidade de infecção pelo HIV (link do SciELO).
  • Muitas mulheres atribuem a responsabilidade pela aquisição e utilização do preservativo ao homem e acreditam que as mulheres devem se preocupar com a contracepção (link do SciELO).
  • Não foi observada associação da ancestralidade genômica com a vulnerabilidade, mas sim das condições socioeconômicas à vulnerabilidade ao HIV/aids da população afrodescendente (link do SciELO). 
  • Em relação ao acesso ao diagnóstico do HIV entre a população negra, a maioria dos entrevistados não relatou dificuldades para o acesso ao teste anti-HIV no município do Rio de Janeiro (link do SciELO).
  • Ações conjuntas entre os serviços de saúde e o movimento social possibilitam maiores condições de fortalecimento de uma política de enfrentamento das DST/aids entre as negras e os negros brasileiros (link do SciELO).

O resumo acima não pode ser considerado o resultado das pesquisas. São indicações que devem ser analisadas considerando o contexto de cada uma delas: região, número de entrevistados, sexo, dentre outros.

Observações importantes sobre o resultado das pesquisas:

  • Os resultados apontam para a persistência e mesmo o agravamento, em algumas localidades e regiões, das condições de vulnerabilidade e de exposição à epidemia do HIV/aids, na população autorreferida como negra e parda. 
  • A interpretação deve ser feita com o necessário cuidado, levando em conta que a epidemia da aids no Brasil é considerada concentrada e homens que fazem sexo com homens, usuários de drogas injetáveis e profissionais do sexo continuam apresentando vulnerabilidade maior à infecção pelo HIV do que a população geral.
  • Outros fatores também devem ser considerados: a tendência à pauperização e interiorização da epidemia, além do aumento da incidência nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país, onde há maior concentração da população negra e parda.




sexta-feira, 1 de abril de 2011

Moção de repúdio da LBL ao Deputado Federal Jair Bolsonaro



MOÇÃO DE REPÚDIO

Nós, da Liga Brasileira de Lésbicas, organização autônoma que defende a justiça, a democracia, a liberdade, a igualdade e a livre orientação sexual, vimos a público apresentar nossa indignação e ao mesmo tempo repudiar as declarações racistas, sexistas e homofóbicas do Dep. Federal Jair Bolsonaro (PP/RJ).

Conforme já amplamente divulgado, a cantora Preta Gil que perguntou a Bolsonaro "como o deputado reagiria se seu filho namorasse uma mulher negra". Em resposta, o parlamentar afirmou: "Não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco. Os meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes que lamentavelmente é o teu". Após ser acusado de racista, o parlamentar lançou nota afirmando que "a resposta dada deve-se ao errado entendimento da pergunta – percebida, equivocadamente como questionamento a eventual namoro com um gay. Reitero que não sou apologista do homossexualismo, por entender que tal prática não seja motivo de orgulho". Em outro momento da mesma entrevista o deputado disse jamais poderia ter um filho gay.

Em um estado democrático de direito, é inadmissível que um agente público - como é o caso do Deputado Bolsonaro – patrocine flagrantes desrespeitos aos princípios consagrados pela Constituição Federal, notadamente o da não-discriminação, da prevalência dos direitos humanos e o da dignidade da pessoa humana. As declarações do parlamentar carioca inflamam o ódio, o racismo, o sexismo, a homofobia.

Neste momento em que a sociedade brasileira deu um passo significativo para o rompimento com a cultura machista elegendo a primeira mulher presidenta do Brasil, é espantoso que este representante legislativo insista na defesa de uma cultura de ódio aos diferentes, transformando nossas diferenças humanas em desigualdades sociais.

Exigimos cessação deste tipo de atitude ou declarações de representantes públicos e a imediata cassação deste parlamentar que ultrapassou todos os limites da convivência democrática, violando os direitos fundamentais da população negra e das pessoas que tem uma orientação sexual diferente da heterossexual.

Por um mundo sem machismo, racismo e lesbo-homo-transfobia!